Por: Maria Ferraz
No balançar de uma rede no jardim, lembro da outra rede, a que nos conecta mundo afora: a rede social. Seja você mais frequente no Instagram, Twitter ou mesmo no Tinder, não importa, estamos lá de um jeito ou de outro, firmando compromisso diário com nossos ‘followers’ ou com as marcas que a gente segue (lembrando que na rede pessoas também são marca!).
Numa era tão digital onde os afetos são alimentados pela lógica dos likes e envolvem reações, menções, compartilhamentos e comentários, é possível que haja nesses laços virtuais um compromisso real de colaboração? Com tanto estímulo, é possível criar uma colaboração e interação conscientes? É possível contar com nossos seguidores? Existe uma rede de apoio por trás da rede de afetos?
‘Prestemos atenção com quem a gente gasta nosso tempo e nosso like’.
No ritmo frenético dos algoritmos, os números conduzem a dança. E os afetos? Quem conduz os afetos? Likes alimentam sonhos?
Tenhamos em mente uma máxima: a Nike não precisa do seu like. Mas o teu amigo Maike, quem sabe, esteja precisando. Assim, o trabalho dele pode chegar a mais pessoas. O Messi nem sequer sabe que você existe, mas a tua Tia Mércia que faz bolos como ninguém merece aquela forcinha e aquele joinha. E ainda, aquela mana que pinta murais coloridos fantásticos. Aquela colega que produz as melhores festas da cidade. O rapaz que faz malabarismo hipnotizante com facas e fogo. A moça que ao rimar consegue arrepiar.
No vai e vem de uma tarde tranquila quero utilizar estas linhas finais para dizer que o engajamento consciente é capaz de tecer uma rede mais forte e resistente, uma rede de apoio disposta a encorajar as iniciativas ao redor e pronta para embalar os mais diversos sonhos.